15 janeiro 2012

O brilho, a eternidade e as lembranças.


"Brilho eterno de uma mente sem lembranças" (Eternal Sunshine of the Spotless Mind / 2004 / Diretor: Michael Gondry)
Brevíssimo review: existe um lugar que apagam a memoria, ai a menina apaga a memoria dela sobre o relacionamento com o cara, o cara faz a mesma coisa, mas se arrepende, no meio tempo a secretaria descobre que amava o doutor, pede demissão, o cara consegue ficar com a mina de novo e a secretaria manda a fita de quando as pessoas iam na clinica de apagar a memoria pra todos os pacientes e ai fica tudo bem no final.

Sei que um milhão de pessoas já viram e já comentaram sobre esse filme, então vou fazer mais. Vou comentar sobre como esse filme me afetou.

Hoje durante a tarde, meus pais estavam assistindo esse filme quando eu estava saindo de casa, e minha mãe fez uma critica ferrenha ao filme e ficou extremamente nervosa por ele "não ter pé nem cabeça". Quando fui assisti-lo (há aprox 2hrs) fiquei um pouco receosa e não sabia se eu deveria me preparar pra algo bom ou ruim.
De certa forma a critica ferrenha da minha mãe (e algumas experiências de vida, ao longo dos meus poucos 21 anos) me fizeram aproveitar (o que eu acho ser) o máximo desse filme.

Não, ele não mudou minha vida. Não, eu não pretendo arrumar uma Lacuna Inc. e apagar pessoas e etc, mas eu gostaria.
Não gostaria de apagar pessoas propriamente ditas, mas gostaria de apagar situações.
Durante o filme, anotei coisas que gostei nele (um motivo belíssimo pra eu detestar assistir filmes em casa, nós podemos pausar, romper a linha do filme com qualquer pensamento que seja e com nossas bexigas cheias e voltar só quando esta tudo bem de novo) e bom...

"Eu realmente gostaria de apagar algumas coisas da minha cabeça, mas o que não nos mata, nos fortalece".

Eu raramente uso de religião ou falo coisas sobre Deus, mas hoje foi mais um daqueles dias em que eu realmente acredito que existe dia, hora e lugar certo pra que as coisas aconteçam. O filme é de 2004, eu assisto ele quase 10 anos depois, e faz todo sentido. Se eu tivesse assistido só por "ter a menina de cabelo colorido" quanto dele eu conseguiria absorver? Quer dizer, será o momento da minha vida? Não sei. Eu realmente prefiro não saber.

Me senti como a Clementine. Em absolutamente todos os aspectos. Sou bipolar, sou tensa, sou nervosa, feliz, estranho, impulsiva. Sei que no final das contas, ela deve ser entendida só como um esteriótipo de todas as mulheres juntas e misturadas. Mas eu vi que eu estava ali. Eu respondi perguntas, eu tomei decisões, era tão eu quanto ela, e era tão eu quanto qualquer outra menina.

Mais do que isso, também me senti o Joel. Eu tentaria cancelar o "deletamento", ainda mais se fosse na situação que ele estava. Não sei, ele se arrependeu, ele quis e não quis. Mas o mais importante de tudo, eles se encontraram no dia seguinte, ela estava lá, ele também. Eles deram certo, eles tiveram dois começos, eles tiveram uma segunda chance.
Eu penso como tudo seria mais fácil se quando se perdoasse algo, realmente se esquecesse aquilo. "Eu te perdôo por comer meu sanduíche" e então se um dia comessem meu sanduíche de novo, não ia ter problema, porque ia ser uma primeira vez.
A palavra "perdão" ou "desculpa" podia vir com um aparelho do MiB de apagar a memoria, as coisas seriam mais fáceis, as pessoas não se jogariam coisas na cara, o cara ou a menina que comeu o sanduíche nunca teria que ouvir "mas isso não é a primeira vez que isso acontece".
Mas de novo, o que não nos mata, nos deixa mais fortes.

Tudo teria sido mais fácil pro Joel e pra Clem se eles tivessem realmente perdoado um ao outro e tivesse começado do zero. Tudo seria mais fácil pra mim, se eu tivesse a impressionante habilidade de esquecer quando perdoo e nao me machucasse com 13 das coisas que eu sei que não deveriam me machucar.
Mas de novo, tem mais de mim na Clem do que eu gostaria, e eu não estou certa se quero mudar ou não.

Eu espero que qualquer coisa que eu escrevi inspire alguém a assistir esse filme também, vale não levar lição nenhuma pra casa, vale fazer sessão da tarde com o namorado, vale ate assistir na fossa com as amigas, vale tudo. 
Postado por Amy às 21:07

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa senhora, bota bipolaridade. HAHAHAHAAHAHA Você falou tanta coisa que se contradiz que minha cabeça deu um nó tentando entender o que de fato você tirou da experiência. No final, o que você deve ter sentido foi uma coisa muito pessoal e interna, que dificilmente as pessoas de fora vão conseguir entender totalmente. Well, essa é uma das melhores sensações, então espero que você as sinta muitas vezes mais.

Sobre o filme em si, ele é impecável e na minha concepção é bastante simples: você não esquece pessoas, coisas ou situações porque por mais que elas te façam sofrer são suas e parte de quem você é. Esquecer as coisas é como esquecer parte de si mesmo.

Beijo beijo e atualize sempre!

Faye

Weverton Guedes disse...

Aê, tem no Netflix!
Me deixou curioso. Vou assistir e depois comento.

:)

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