11 janeiro 2013

Parábola do Açaí

Por mair curioso que pareça, é verdade. Nós, seres humanos racionais, as vezes temos que tentar a mesma coisa pelo menos duas vezes para ter certeza que não gostamos (ou somos perdidamente apaixonados) por ela.

Um exemplo disso é o açaí.
Eu detesto açaí,  mas tenho uma filosofia na vida muito forte que é: nunca diga que não gosta de algo se não tiver experimentado antes.
Eis que eu tentei uma vez, BAM - o coitado do potinho tinha o maior gosto de terra que eu já senti na minha vida. Essa primeira vez foi em meados de 2006.
Poxa, 2006... 6 anos depois, tentei de novo. Fui com meu namorado em uma lanchonete e ele pediu um copo gigantesco (acho que o copo era maior que eu) de açaí. Uma colheradinha depois, eu já estava enfiando qualquer outra coisa da mesa na boca pra tirar o terrível gosto de terra da boca.
Poxa vida, não é possível - eu pensava comigo mesma - todo mundo come esse negocio tão bem, eu devo ter algum problema.
Eis que comecei a trabalhar onde estou atualmente, meu chefe - um cara muito muito viajado e extremamente empreendedor - me contou de quando ele foi morar na Austrália e foi ganhar a vida vendendo açaí pros gringos.
"Açaí é assim, você precisa experimentar pelo menos três vezes pra decidir se gosta ou não", terminou a frase com um sorrisinho. Fiquei inconformada, eu já tinha experimentado duas vezes, IMPOSSÍVEL meu paladar ficar pronto somente na terceira. Mas né? Igual dito popular e conselho de vó (levar blusa, sempre faço) se não seguirmos, com certeza dá alguma coisa errada.
Um belo dia o chefe pediu o bendito do açaí.
MEIA colherada depois, eu já estava bebendo toda a água do escritório  Pronto, tentei as minhas três vezes, agora eu posso OFICIALMENTE dizer que não gosto de açaí.

"Nossa Tamires, mas pra que um texto tão grande para falar do açaí?"
Então, o grande ponto não é o Açaí em si (essa coisa diabólica que com certeza vai dominar o mundo junto com as baratas) e sim sobre o fato de muitas vezes nós simplesmente assumirmos que não gostamos de algo, sem saber que deveríamos tentar essa coisa outras vezes. Claro que eu não condeno quem não gosta de jiló, ou de figado. Mas existem coisas na vida que, quanto mais tentamos, melhores elas ficam.
OBVIO que eu já aprendi a minha lição e pelo menos o bendito do açaí eu não vou tomar de novo, mas sempre me pego pensando sobre coisas que eu assumo que não gosto, ou que disse que não gostava, e hoje em dia sou a maior fã da terra.

Proponho que tentemos evitar o "cuspir pro alto e cair na testa" e não tentemos não assumir que não gostamos de algo, ou que não conseguimos fazer algo sem antes tentar com bastante afinco. Serve pra comida, pra gostos pessoais, pra algum tipo de trabalho manual, pra aprender a dirigir ou a lavar a louça, enfim, pra tudo.

Que essa seja a nossa resolução de ano novo (ou somente a minha): tentemos mais.

Que o ano de vocês seja repleto de coisas boas.
Postado por Amy às 20:05 1 comentários
11 janeiro 2013

Parábola do Açaí

Por mair curioso que pareça, é verdade. Nós, seres humanos racionais, as vezes temos que tentar a mesma coisa pelo menos duas vezes para ter...
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